Manifesto assinado por 20 clubes denuncia modelo eleitoral como antidemocrático e afasta times da disputa presidencial
Em um movimento sem precedentes, 20 clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro anunciaram oficialmente que não participarão da eleição para a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), marcada para o próximo domingo (25).
A decisão foi formalizada em manifesto conjunto, assinado por equipes como Flamengo, Corinthians, São Paulo, Fluminense, Internacional, Fortaleza, Athletico-PR, Cruzeiro, Cuiabá, Santos, Coritiba, Juventude, América-MG, Goiás, Chapecoense, Botafogo-SP, Atlético-GO, Novorizontino, Mirassol e Sport.
O estopim para o boicote foi a retirada da candidatura de Reinaldo Carneiro Bastos, da Federação Paulista de Futebol, por não obter o número mínimo de apoios entre federações estaduais — condição indispensável para concorrer, conforme o atual regimento da CBF.
“75% dos clubes demonstraram desejo legítimo e esse desejo não pode nem ir ao pleito. O modelo eleitoral não foi feito para que a vontade dos clubes possa prevalecer”, afirmou Marcelo Paz, CEO do Fortaleza.
A ausência de representatividade dos clubes no processo gerou grande insatisfação. Alguns times, como Palmeiras, Vasco e Botafogo, declararam apoio à candidatura de Samir Xaud, da chapa única que concorrerá sem oposição — fato que acentuou ainda mais as divisões internas no futebol brasileiro.
A eleição ocorre em meio a críticas sobre a falta de transparência e a concentração de poder nas federações estaduais, que têm peso decisivo na escolha do presidente da entidade máxima do futebol nacional.