Primeira convocação do técnico italiano combina veteranos da Copa de 2022 com caras novas e deixa Neymar fora da lista, em recado sobre forma física
Carlo Ancelotti apresentou, nesta quarta-feira, a sua primeira lista de convocados como treinador da Seleção Brasileira. O italiano optou por uma fórmula de segurança aliada à renovação: resgatou nomes experientes como Casemiro, Danilo, Alex Sandro, Richarlison e Antony – todos presentes no Mundial do Catar – e, ao mesmo tempo, abriu espaço para jovens que simbolizam a transição rumo à Copa do Mundo de 2026.
A escolha de veteranos é compreendida como uma tentativa de estabelecer piso sólido em meio à turbulência vivida pela Seleção desde 2023. “Ancelotti volta alguns passos para depois avançar”, comentam membros da comissão técnica, cientes de que os resultados recentes colocaram o time sob desconfiança.
A grande ausência da lista foi Neymar. O camisa 10, em recuperação, recebeu um recado claro: seu retorno depende de condições técnicas e físicas que convençam a comissão. “Não haverá atalhos”, dizem interlocutores próximos ao treinador.
Lesões também mexeram na convocação: Ederson, Éder Militão, Bremer, Gabriel Magalhães, Endrick, Joelinton e Rodrygo ficaram fora – este último, por desgaste relatado ao staff. A tendência é de mudanças significativas nas próximas listas, à medida que os lesionados se recuperem e Ancelotti refine o grupo.
Os maiores desafios residem na defesa. Para as laterais, foram chamados Vanderson e Wesley, na direita, além de Alex Sandro e Carlos Augusto, à esquerda – quartetos ainda sem status de titulares inquestionáveis. Na zaga, Léo Ortiz, Beraldo e Alexsandro disputarão a vaga ao lado de Marquinhos, cuja titularidade também começa a ser questionada.
Do meio-campo em diante, o horizonte é mais promissor. Ancelotti, reconhecido por extrair o máximo de seus elencos, pretende explorar combinações entre Casemiro, João Gomes, Bruno Guimarães e jovens atacantes com velocidade e mobilidade.
A convocação é tratada internamente como um “rascunho” – a base a partir da qual o treinador pretende lapidar a Seleção. Faltando um ano para o Mundial, o desafio agora é transformar a mistura de experiência e juventude em equipe competitiva, algo que a torcida não vê desde a saída de Tite.